15 de jan. de 2014

Coach - Profissão que cresce

Pesquisa realizada pela Folha de S. Paulo junto às maiores certificadoras de coaches no Brasil (a saber: Associação Brasileira de Coaching Executivo e Empresarial, Instituto Brasileiro de Coaching, Sociedade Brasileira de Coaching e Sociedade Latino-Americana de Coaching) revelou o crescimento da profissão. A partir de 2005 e até 2011, o número de profissionais no mercado mais que dobrou: o total de 752 especialistas habilitados em exercício saltou para 2.310 em 2011, um aumento de aproximadamente 207%. 

Especialistas ouvidos à época alertaram para a necessidade de formação acreditada para que o coach possa atuar junto a empresas e clientes diversos. E também para o fato de que o profissional não pode ser confundido com o Psicólogo. Somente pessoas saudáveis podem se submeter ao processo de coaching, que visa desenvolver potencialidades, não curar patologias como depressão, déficit de atenção e síndrome do pânico. 

É essencial ao bom coach a familiaridade com áreas do saber ligadas ao desenvolvimento humano. Teorias sobre gestão de pessoas são importantes. Contribuição especial também vem da Psicologia Positiva, corrente fundada pelo pesquisador Martin Selligman, da Universidade da Pensylvânia, pautada na busca por meios de encarar desafios e superar problemas de maneira positiva, com olhar otimista e funcional sobre as questões enfrentadas. A Psicologia Positiva fortalece e educa as emoções para lidar com as frustrações, à medida que também trabalha com as metas e obstáculos que devem ser batidos e transpostos, respectivamente, com base nas forças pessoais dos indivíduos. A abordagem tem como foco principal o bem-estar e a felicidade, abrangendo-os também no âmbito profissional. 

Com caráter preventivo (seu olhar é voltado para o desenvolvimento contínuo do ser humano, e não só a cura), a corrente estuda e desenvolve emoções positivas, com base em estudos científicos que comprovam que nelas florescem a disposição, a criatividade e a produtividade do ser humano. A corrente também dá ênfase ao flow, estado mental identificado a partir da observação do processo criativo, que traduz o profundo envolvimento do indivíduo com a atividade exercida - momento em que ele atinge sua excelência, dando o melhor de si na tarefa executada, e não é necessária sua supervisão. Esse estado produz no profissional enorme prazer no trabalho em curso. 

No chamado coaching positivo (baseado em Psicologia Positiva), e dado um interesse cada vez maior das empresas pela promoção do flow nas organizações, o especialista ajuda o coachee a identificar o que lhe dá prazer e que, ao mesmo tempo, pode ser utilizado no exercício de suas funções na organização. Esta é a modalidade que derruba, por fim, a cultura de desenvolvimento baseada somente na solução de problemas. 

Já na Filosofia, o diálogo socrático tem, não só em um nível mais reflexivo, mas na prática, ampla influência no coaching. O método socrático é a maneira de questionar o mundo à volta, de forma a inserir nele o indivíduo, que por meio desse questionamento tece suas impressões sobre o que o cerca. 

Fonte: Revista Psique Ciência&Vida, Ano VI, Edição 78, junho/2012. 

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