10 de abr. de 2014

Seis razões para que bons profissionais peçam demissão

“Existe um ditado que diz que os funcionários não deixam as empresas, mas deixam os gestores”. É o que diz Louis Efron, vice-presidente de Recursos Humanos da JDA Software, em artigo publicado na Forbes, da qual é colaborador. Para ele, estatísticas mostram que o período de permanência de profissionais no mercado americano é de apenas um ano e meio, e isso pode ser reflexo da falta de habilidade dos gestores para engajar e reter talentos.

O especialista acredita que seis razões podem explicar por que bons funcionários resolver pedir demissão e que há formas de mantê-los por perto (sendo que nenhuma envolve uma pilha de dinheiro). Confira:

1 – Falta de visão: a maioria dos funcionários não sai da cama todas as manhãs pensando em atingir uma meta de lucro. Nas empresas, geralmente apenas um pequeno grupo realmente se preocupa com isso ou até mesmo entende o que os números significam. Por isso, o gerente não pode confundir os objetivos financeiros com a visão. A visão alimenta as finanças e não o contrário. Por exemplo, Walt Disney foi mestre na arte de ter uma visão do futuro. Ele sonhou com a Disneylândia quando suas filhas estavam brincando em um carrossel em Los Angeles. Sentado em um parque com outros pais, ele imaginou um lugar onde crianças e adultos pudessem aproveitar juntos. Hoje em dia, sua visão vale 128 bilhões de dólares e a empresa é um dos maiores conglomerados de mídia do mundo. Gerentes de sucesso vendem sua visão do futuro aos seus funcionários. 

2- Falta de conexão com o propósito: pesquisas comprovam que há uma relação direta entre o conhecimento da missão da empresa com a retenção de funcionários, métricas de clientes, produtividade e rentabilidade. O melhor ambiente de trabalho é aquele que dá aos profissionais uma sensação de propósito e ajuda que eles se sintam parte do todo. Os bons gerentes e as boas empresas entendem que as estratégias do negócio podem mudar, mas a sua missão não. 

3- Falta de empatia: ninguém entra no mercado de trabalho hoje esperando ganhar um prêmio por permanência na empresa. Assim como os gerentes deixam os bons profissionais passarem, os funcionários também estão propensos a deixar as empresas por outras oportunidades. Há pouca fidelidade dos dois lados. Mas existe uma solução pequena para esse problema: reservar um tempo para ouvir a equipe. Deixando as portas abertas para preocupações e sugestões dos funcionários, o líder pode fazê-los sentir que têm uma participação no negócio e que eles são importantes para serem ouvidos. 

4- Falta de motivação: os verdadeiros motivadores são os desejos internos de fazer um bom trabalho ou criar um produto de sucesso. No entanto, no mercado de trabalho atual, o sistema de recompensas é usado como motivação e é com o qual os gestores contam. É preciso parar de acreditar que a compensação financeira é incentivo suficiente para envolver e reter os melhores talentos ou equipes de alta performance. 

5- Falta de futuro: a criação de um plano de carreira, que seja bem comunicado e compreendido pelos funcionários, não é algo que a maioria das empresas domina. Mesmo no melhor cenário, em que os gestores fazem revisões periódicas de desempenho, os funcionários muitas vezes não entendem como podem crescer. Assim como nem todo profissional vai virar o diretor da empresa, uma pessoa que se destaca em design de produto, por exemplo, não necessariamente conseguirá ter o mesmo sucesso em vendas. Ou seja, é preciso deixar claro para qualquer funcionário como e onde ele conseguirá seguir com sua carreira. 

6- Falta de diversão: para muitos funcionários, gratificação instantânea é a nova regra. A velocidade de informação do mercado faz com que tudo seja mais rápido e de acordo com a vontade de cada um. O resultado disso é que ficar oito horas direto na mesma mesa é cada vez menos atrativo para os profissionais. Não é que os novos talentos não tenham vontade de trabalhar, mas a definição tradicional das funções não parece mais fazer sentido para eles. Para as empresas, isso significa que atrair, envolver e reter os melhores talentos depende de reinventar o ambiente de trabalho, reduzindo a distância com o lazer. É preciso adotar uma cultura de maior autonomia e inovação, envolvendo os funcionários em torno de uma missão poderosa e de um sólido propósito. 

Nenhum comentário: