22 de abr. de 2014

EAD x Educação presencial

"GaRHimpando" no Google Acadêmico achei um artigo de Adriana Martinelli Carvalho, coordenadora de Educação e Tecnologia do Instituto Ayrton Senna. O texto é de 2011, mas a temática é atual e reflete os desafios que o ensino a distância ainda apresentam tanto no meio acadêmico, quanto no ambiente corporativo. Vale a leitura:

A modalidade de educação do ensino superior a distância foi reconhecida pelo MEC em 2002 e ainda é uma questão que está em pauta. Existe mesmo a necessidade de definirmos qual a melhor opção? Será que estamos tentando comparar o incomparável? Não seria mais interessante partirmos para entender qual o verdadeiro diferencial da EAD e que talvez não possa ser comparado com a educação presencial?

O senso comum logo coloca a EAD como uma possibilidade atrativa, como redução de custos e aumento de atendimento (escala). E isso é realmente uma grande verdade. Aspectos como infraestrutura de salas, auditórios, logística de pessoas e alimentação para organização de uma formação presencial não são itens de uma planilha orçamentária de um projeto de EAD. Além disso, é óbvio que um formador (real) não pode ocupar dois espaços físicos ao mesmo tempo. A capacidade de atendimento de um formador é o espaço físico da sala/auditório ou a estratégia utilizada para cada formação. Entendo que já nessa simples comparação, a EAD leva vantagem nesses dois aspectos.

Mas não podemos e não devemos parar por aí, caso contrário a EAD pode se tornar um mercado na educação, tornando as formações cada vez mais padronizadas, massificadas, com conteúdos “enlatados digitalmente” e sem foco na aprendizagem do aluno.

É fundamental levarmos em consideração outros aspectos que só conseguimos vivenciar em uma situação de educação a distância e que fazem dessa modalidade, quando corretamente implementada, um verdadeiro diferencial no processo de aprendizagem:
  1. O tempo – Quando estamos falando de formação a distância, a oportunidade educativa acontece a todo momento. O tempo passa a ser administrado pelo usuário, no caso o aluno da formação e não pelo relógio que indica a carga horária da aula ou do curso. A possibilidade de interação, colaboração passa a ser 24X7 dias. Vantagens para pessoas que podem utilizar seus tempos “livres” ou ainda utilizar a habilidade de multitarefas para conseguirem administrar esses processo e ainda escolher o melhor horário para sua formação.
  2. O espaço – Aqui, talvez, está  a maior vantagem da EAD, a de não existir lugar físico. O espaço virtual pode ser acessado de qualquer dispositivo e de qualquer lugar, permitindo a mobilidade da formação.
  3. A turma - Em EAD, é muito comum a turma de um curso ser formada por pessoas de diversas realidades: locais, práticas e idéias distintas, situação que favorece a interação e o compartilhar de experiências para a construção do conhecimento.
  4. A interação – Só em EAD é possível a comunicação assíncrona. As pessoas podem interagir sem estarem conectadas no mesmo horário. Situação impossível num curso presencial, quando a presença é fundamental para que a interação possa ocorrer. Em EAD não existe “perdi a aula”, pois toda interação e participação ficam registradas e a informação não é perdida. Todos podem “falar” ao mesmo tempo em EAD, diferentemente de uma situação oral em uma sala de aula, quando ninguém se entenderia. Além disso, a comunicação síncrona pode ocorrer da mesma forma que a presencial, com áudio, vídeo e materiais de apoio, como uma apresentação em ppt, por exemplo.
A metodologia e o papel do professor devem ser necessariamente revistos, da mesma forma que na educação presencial. O foco deve estar na interação, colaboração, convivência e respeito às diversidades. Cada participante tem também o papel de professor, na medida em que traz as suas contribuições, participa ativamente do processo. A aprendizagem é construída de forma colaborativa e tem um significado maior, uma vez que o participante é o sujeito deste processo de aprendizagem e tem o papel de pró-atividade. 

O professor, ou tutor, como normalmente é denominado, tem o papel de problematizador e incentivador da comunicação, das relações, das divergências e convergências; propiciando um ambiente onde todos aprendem juntos, promovendo desafios, organizando espaços para a reconstrução do conhecimento.

Quem faz EAD tem o dever de inovar pedagogicamente, incorporando todas as tecnologias digitais que podem facilitar e proporcionar o melhor resultado: a aprendizagem!

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