19 de mar. de 2014

Estudo mapeia os perfis comportamentais do trabalhador brasileiro

Entre 2007 e 2012, cerca de 1,3 milhão de profissionais do País tiveram seu perfil comportamental analisado para compor a pesquisa Talento Brasileiro, conduzida pela empresa de consultoria Etalent, especializada em gestão de pessoas, em parceria com o site Vagas.com e a Affero. O resultado revela que o perfil comportamental mais frequente no Brasil é o do profissional que busca soluções rápidas para os problemas que surgem. Esse tipo de talento, denominado “facilitador”, está presente em quase nove de cada cem profissionais brasileiros. É alguém muito útil aos negócios, porque é confiante, entusiasmado, de fácil relacionamento e que sabe intermediar e aconselhar os outros em situações de conflito. A fraqueza do facilitador é apenas sua dificuldade em dizer “não”, o que pode comprometer seu desempenho.

Entre os respondentes da pesquisa, os resultados mostram que quase metade dos profissionais do País (46,29%) apresenta o fator influência como preponderante em seus perfis comportamentais: são profissionais que tendem a ser mais comunicativos e de fácil relacionamento, mas que temem a rejeição e o sentimento de não pertencimento. Estabilidade é o outro fator comportamental que mais se verifica nos profissionais brasileiros (29,10%). Por conta disso, nossos trabalhadores têm grande capacidade de ouvir e valorizam os relacionamentos, mas temem mudanças e pressão – e, importante, evitam situações de conflito. Profissionais com perfis de alta influência ou alta estabilidade representam, assim, três quartos dos brasileiros (75,39%).

Profissionais com perfil comportamental de alta dominância representam 9% da força de trabalho no Brasil – os dominantes são os empreendedores, os estrategistas, os desbravadores e os inovadores por excelência. Eles se mostram assertivos e objetivos, aproveitam as oportunidades que surgem, correm riscos quando necessário e são ótimos para ambientes competitivos. Têm as características de líderes e são ideais para levar as pessoas a atingir seus objetivos. Desdobrando o fator dominância em subtipos é que encontramos especificamente o talento empreendedor – aquele que toma iniciativas, decide, lidera e faz acontecer. E este é uma raridade por estas bandas, com 1,66% das ocorrências. 

Se a escassez de profissionais com perfil empreendedor é preocupante, a situação piora de fato quando o assunto é inovação. Entendida como o conjunto de ações que resulta na comercialização de produtos novos ou melhorados ou na utilização de processos novos ou melhorados, a inovação depende de dois perfis comportamentais raros por aqui. Um deles é o tipo “inventivo”, e a pesquisa revelou que apenas 1,33% dos profissionais apresentam o perfil. O inventivo gosta de desafios e inova quando tem oportunidade. Ele é perfeccionista, lógico, sistemático, questionador, motivado e sempre está em busca de novas respostas, entusiasmando os que estão a sua volta. 

Outro é o talento denominado “inovador”. Este representa só 0,88% de nossos profissionais e se caracteriza por buscar resultados usando raciocínio lógico de maneira sistemática e precisa. É arrojado nas ideias e questionador, mas reservado e cauteloso nas ações.

Dos profissionais nacionais, cerca 
de 15,62% são grandes analistas, especialistas 
em questões complexas. 
Orientados por regras, perseguem 
precisão e perfeição em seus trabalhos. 
Tais características fazem 
desse tipo de profissional um talento 
sempre a serviço da qualidade. 

Somando os indivíduos cujos perfis comportamentais têm predomínio da conformidade com aqueles em que o destaque é a estabilidade, chegamos a quase metade dos profissionais brasileiros (44,72%).

Para conferir o resultado completo da pesquisa, acesse: Quais (não) são os talentos brasileiros.

Fonte: Revista HSM Management, edição 101, Novembro/Dezembro, 2013.

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