9 de jan. de 2014

Estresse

O estresse é considerado, hoje, uma das ameaças mais sérias à saúde no trabalho, comprometendo o desempenho do profissional e os resultados da empresa, com implicações para toda a sociedade. Ele resulta dos embates do indivíduo frente às demandas externas e internas, representadas por diversas contingências do cotidiano e pela interpretação dessas situações por meio de processos cognitivos individuais, com diferentes respostas. Trata-se de um fenômeno que ocorre na busca do organismo pela adaptação, assunto que desafia a compreensão do comportamento humano ao longo da história e é preocupação da Psicologia Organizacional. 

Mas o que é o estresse? É uma reação do organismo, com componentes físicos e/ou psicológicos, que ocorre quando a pessoa se confronta com uma situação que altera seu equilíbrio. Não existe uma determinante específica para os sintomas de estresse e sua ocorrência vai depender da forma de interpretar e reagir de cada pessoa. Pode envolver componentes comportamentais, afetivos, cognitivos e fisiológicos, e da capacidade do organismo atender as exigências do momento. Mas o estresse não se processa somente de maneira nociva ao organismo. Ele pode aumentar a eficiência do desempenho e apresentar grau adequado. Neste caso, é denominado eustress, vocábulo retirado do grego, no qual "eu" significa bom, ou seja, uma resposta produtiva do organismo a um estímulo. O estresse negativo se manifesta no sistema nervoso com excitação, cansaço, tensão, alteração do sono e do interesse sexual e pensamentos obsessivos. 

Existem diferentes fases de estresse: alerta ou alarme, resistência e exaustão. Na fase de alerta, ocorre uma reação natural de preservação da vida. As reações dessa fase podem ser: redução da temperatura do corpo; aumento da frequência cardíaca e respiratório, ocasionando sintomas como taquicardia, tensão, suor nas mãos, nos pés, palidez, insônia, esgotamento, irritação e mudança de humor. Na segunda fase, de resistência, surgem reações de natureza psicossocial: o organismo procura se restabelecer em busca de adaptação, mas a persistência do estresse, superior à capacidade defensiva do sujeito, leva à terceira fase - a da exaustão. Nela ocorre o adoecimento do órgão mobilizado ou a morte súbita, que representa falha dos mecanismos de adaptação. 

Há quem considere uma quarta fase denominada "quase exaustão", situada no estágio de resistência, como um agravamento dessa etapa. Aqui a tensão excede o limite gerenciável e a resistência física e emocional se torna instável, intercalando momentos de funcionamento normal com outros, de intensa ansiedade e vulnerabilidade a doenças, podendo progredir para o estado de exaustão, citado anteriormente.

Fonte:  Revista Psique Ciência&Vida, Ano VI, n° 83, novembro/2012.


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