10 de jan. de 2014

Estresse ocupacional

Estresse ocupacional é reconhecido como um dos riscos mais sérios ao bem-estar psicossocial do indivíduo. Pesquisas realizadas em 2002/2003 pela International Stress Management Association (ISMA), no Brasil, alertam para o aumento do estresse no trabalho: entre, aproximadamente, mil profissionais, 70% deles sofriam de níveis significativos de estresse ocupacional.

O estresse ocupacional é definido como um desequilíbrio que provoca reações físicas, cognitivas, emocionais e comportamentais quando as exigências excedem as capacidades, os recursos ou as necessidades do trabalhador. Não necessariamente ele é causado por sobrecarga de trabalho, apenas. Fatores como desvalorização profissional, insatisfação salarial, problemas com infraestrutura, ritmo acelerado de trabalho, cobrança em relação à qualificação do trabalho para manter-se empregado são alguns aspectos que provocam o estresse, causando danos à saúde. 

Na década de 1970, Freudemberger introduziu a síndrome de Burnout na Psicologia Organizacional para descrever um indivíduo frustrado e fatigado em decorrência de decepção em suas expectativas no seu ambiente de trabalho. Burnout se apresenta como um processo contagioso, que se instala lenta e progressivamente, avançando no ambiente de trabalho. Ocorre pela exaustão emocional desencadeada pelas demandas interpessoais e ambientais. 

A presença do estresse se relaciona à condição na qual o indivíduo é confrontado com uma oportunidade, limitação ou demanda: a oportunidade surge da possibilidade de ganho, num trabalho socialmente reconhecido; o limite ocorre quando o indivíduo se vê impedido de fazer o que deseja (por exemplo, conforme suas necessidades financeiras ou pelo acúmulo de jornadas de trabalho); a demanda corresponde à perda de algo desejado, como se observa na dificuldade de encontrar recursos e apoios para realização do trabalho, tendo de lidar com críticas e exigências de superiores. 

Os estilos de vida, em conjunto com aspectos de natureza hereditária, condições físicas e psicossociais do ambiente de trabalho poderão determinar uma vida saudável ou o adoecimento físico. Conforme o ambiente de trabalho, a busca de equilíbrio entre necessidades e expectativas do trabalhador deve estar em sintonia com as necessidades e exigências de seus gestores nas organizações.


Fonte:  Revista Psique Ciência&Vida, Ano VI, n° 83, novembro/2012.

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