A diferença dos gêneros masculino e feminino também se aplica na condução dos negócios. É o que defende o especialista em psicodinâmica Luiz Fernando Garcia. Em artigo publicado na edição 81 da revista Psique Ciência e Vida, Garcia afirma que mesmo ocupando o mesmo espaço no mercado de trabalho, homens e mulheres seguem com ideias diferentes no dia a dia corporativo. "As diferenças entre os gêneros são de cunho social, cultural e psicológico e se estabelecem por meio de um conjunto de referências que podem ser biológicas, de procriação, de reprodução e da própria divisão sexual do trabalho", destaca.
As características de cada gênero se desenvolvem com o passar dos anos e se tornam fundamentais nas atitudes profissionais do futuro adulto. Garcia dá um exemplo: "Enquanto o homem, ao conduzir os negócios, faz apenas uma recomendação, já com a decisão tomada, a mulher procura discuti-la com os demais antes de fechar algo, pois acha importante que todos se sintam integrantes deste processo". Em outras palavras, a prioridade da empreendedora é o relacionamento e o desenvolvimento, já a do empreendedor é a conquista.
Luiz Fernando Garcia ressalta, ainda, que apesar de poderem incluir certa dose de sentimentalismo em suas reflexões, as mulheres têm mais facilidade para desenvolver atividades intelectuais, enquanto os homens tendem a ser mais ágeis e práticos. "Elas geralmente desenvolvem um bom relacionamento com clientes, são preocupadas com os colegas e têm impulso para acomodar situações. Já eles direcionam a atenção para resultados práticos, com foco na objetividade".
Pesquisas realizadas no ambiente empresarial confirmam que os homens são mais pragmáticos que as mulheres. Executivos são considerados por chefes e subordinados mais moderados, estáveis e capazes de trabalhar bem sob pressão, ao passo que as executivas tendem a ser mais emocionais. Outra pesquisa, publicada pelo artigo de Helen Peters e Rob Kabacoff "Um novo olhar sobre o teto de vidro", revela diferenças curiosas entres os gêneros na maneira de gerir os negócios: quando a mulher balança a cabeça em sinal de sim, sua intenção é apenas expressar que está entendendo a mensagem. Já o homem, ao fazer o mesmo gesto, indica que concorda com o que está ouvindo. Essa simples diferença pode gerar ruídos na troca de informações, pois um chefe do gênero masculino pode achar que ganhou uma aliada em sua decisão, quando, na realidade, sua subordinada apenas compreendeu o que foi dito.
Garcia conclui seu artigo afirmando que diante de tantas diferenças de atitudes, cabe a cada um o entendimento de suas características e das qualidades e fragilidades dos que integram sua equipe. "Ao aproveitar o que há de melhor em cada gênero, o ambiente empresarial tende a ficar mais leve e os negócios, a prosperar".
Fonte: Revista Psique Ciência&Vida, Ano VI, n° 81, setembro/2012.
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