No post anterior afirmei que a mudança é um processo de transição. Ela não acontece da noite para o dia. Num contexto organizacional, as pessoas também necessitam de um tempo de adaptação. Isso porque toda mudança envolve uma perda e ninguém se sente confortável diante de uma perda.
A figura abaixo foi compartilhada durante um Grupo de Estudo que a ABRH-ES promoveu este ano com o tema "Equipes de Alta Performance". A imagem mostra as reações mais comuns do indivíduo diante de uma transição. A fase mais crítica é, certamente, a da reorientação. Há pessoas que ficam nela por um longo período podendo, até, não sair dela. Já outras percorrem rapidamente essa fase. O fato é que não dá para ignorar essas reações, especialmente no contexto organizacional. É importante identificar em qual fase a pessoa se encontra e dar nome ao sentimento. Sabendo onde está e o que sente, pode-se trabalhar no "como" prosseguir até chegar no nível da ação, da confiança e do entusiasmo.
Ainda sobre processo de mudança, recomendo a leitura do artigo O círculo virtuoso da mudança, do psiquiatra Jeffrey Schwartz. Com ajuda da neurociência, o autor defende seis passos para produzir uma mudança profunda, conforme mostra o círculo externo da figura abaixo, e os novos valores organizacionais que produzem (círculo interno). Segundo o especialista, o círculo virtuoso começa quando o primeiro passo ativa o foco na "maneira como fazemos as coisas aqui" e conforme as etapas avançam, as pessoas adquirem um senso mais forte de significado compartilhado, resultando em contribuições mais tangíveis e num melhor desempenho.
Para concluir esse post, transcrevo um trecho do livro A Ciranda das Mulheres Sábias, da psicanalista e poetisa Clarissa Pinkola-Estés.
"Para crescer e florescer é preciso que haja células diferenciadas, células fortes que se reúnem para a proteção em torno do lugar em cada galho onde a madeira mais velha e resistente está em contato com a parte vulnerável que cresce, o lugar onde o broto tenro se encontra logo abaixo da pele nova e, com devido cuidado, há de vicejar. As células de transição atuam como ligação crítica entre o que é e o que ainda será."
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