Alemanha x Brasil: 7 x 1.
Um jogo para nunca mais ser esquecido.
Um 7 x 1 que traz uma grande lição. E merece uma reflexão.
Um 7 x 1. Ou 171?
171 do Código Penal: Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento.
171 da Lei de Gerson, da vantagem chula, da ética porca, da corrupção em septicemia.
171 do Bolsa Família, que dá o peixe sem ensinar a pescar, que esmorece e invalida, estimula o parasita.
171 do “Tamo Junto” ou do “Eh Nóis”, que envergonha a língua, ofende a educação, promove o protagonismo fútil, a cultura paparazzi, os trejeitos vileiros e as hashtags passageiras.
171 de um projeto de país, que sequer teve seleção pronta para a Copa.
171 dos estádios superfaturados, dos aeroportos de camping , das obras de infraestrutura e dos PACs inacabados, todos apresentados para o mundo em fratura exposta e ao vivo, de forma definitiva e vergonhosa.
171 da alegria passageira, do Carnaval que tenta apagar a memória, do resultado do futebol que desvia a atenção do projeto de um país que não saiu do papel, cujo orçamento se esvai para o bolso de políticos inescrupulosos.
171 do imposto abusivo, pago pelas empresas e pelos brasileiros, que não tem estradas, nem escolas, nem hospitais e nem segurança.
171 do escape fácil, do querer secar a Argentina, da tentativa de ignorar o defunto que jaz no meio do campo ou da rua, em Brasília ou na esperança ingênua de um futuro melhor.
171 dos políticos que pseudo representam o povo, trabalhando somente em interesse de seus partidos, projetos pessoais, contas na Suíça ou esquemas milionários.
171 da Presidente, dos Senadores, dos Deputados, dos Governadores, dos Prefeitos, dos Vereadores.
Alemanha x Brasil: um 7×1 para aprendermos.
Uma derrota que é do time de jogadores, do Felipão, dos brasileiros e de todo o Brasil.
Mas que traz lições inquestionáveis, para uma nação, para uma empresa, para uma equipe ou para uma carreira profissional. Desde o básico do “Planejar”, passando pelo “Desenvolver planos de contingência”, até o “Treinar, ensaiar e se preparar de forma exaustiva”. Não esquecendo do “Fazer da forma correta, ética”, ou do “Ter foco”, ou do “Não se deixar levar pelo momento”. E também o “Fortalecer o coletivo”, o “Respeitar os concorrentes” ou o “Saber reagir de forma rápida e cirúrgica”.
Mas, mais, muito mais do que isso, uma derrota que estapeia na cara de todos nós: precisamos estudar e trabalhar muito para sermos dignos do sucesso, da vitória, do merecimento. De novo, isso vale para uma carreira, um projeto profissional, a organização de uma Copa do Mundo ou a construção de um país.
E com um detalhe central: não existe espaço para highlanders, Sassás Mutema ou Salvadores da Pátria. Não é um Neymar, um Lula, uma Dilma ou um Felipão que podem salvar o país. Quem pode salvar o Brasil somos nós, brasileiros.
Para isso, precisamos estudar, trabalhar, produzir e saber votar.
Basta de 171. O jogo está apenas começando.
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Texto de André Caldeira. Criador e diretor geral da PROPOSITO, empresa de executive search, consultoria e equilíbrio entre trabalho e stress. Consultor, autor e palestrante sobre carreiras e stress.