Em fevereiro deste ano aceitei o desafio de trabalhar como analista de tecnologia educacional em uma faculdade de Vitória (ES). Na prática, isso envolve a gestão do Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA), onde está todo o conteúdo das disciplinas semipresenciais da instituição de ensino superior. Lido com os dois lados do processo de ensino-aprendizagem: professores e alunos. Quando comecei, achei que seria tranquilo. Afinal, implementei e geri, durante quatro anos, um programa de capacitação a distância de uma empresa de Engenharia de São Paulo. E mais: trabalhar com Ensino a Distância (EAD) é algo que gosto e admiro, pois vejo aí um dos caminhos para uma educação mais eficiente.
Mas, a experiência tem sido bastante diferente da anterior. O que mais me chama a atenção, agora, é o nível de conhecimento e educação dos alunos que ingressam nas faculdades hoje em dia: baixíssimo! Outro dia estava bem atarefada, conferindo o lançamento das notas dos alunos e quando fui olhar a caixa de e-mails de suporte técnico tinha o de uma aluna "desesperada" para resolver o seu problema. Acho normal e válido um aluno se preocupar com o andamento das atividades da disciplina, especialmente em fim de semestre e período de renovação de matrícula. Entendo que essa geração é tomada pela ansiedade do "tudo ao mesmo tempo agora". Mas, o maior mal dessa geração, acredito, é a falta de educação e o egoísmo. Essa tal aluna "desesperada" mandou uns quatro e-mail, um atrás do outro, num tom de "favor ver isso", "favor consertar isso", até que o último estava todo em caixa alta e mostrando-se indignada porque o problema dela não foi resolvido no tempo dela. E só porque o mundo não girou em torno dela, achou-se no direito de faltar com o respeito, se é que essa aluna sabe o que quer dizer isso.
Confesso que passei um tempo assimilando aquela atitude. Fui conferir suas notas e ela tinha reprovada em três das cinco disciplinas do período. Em minha resposta ao problema dela fiz questão de colocar limites e destacar as faltas de respeito e de educação e a atitude egocêntrica da aluna. Mas, para minha surpresa, a aluna respondeu mais mal criadamente ainda! Em resumo ela diz que "paga" para eu servi-la no tempo dela e do jeito dela. E nem vou mencionar os erros de português desses e-mails, pois aí ficaria mais constrangida ainda! O que me assusta é saber que essa aluna, cursando Fisioterapia, estará no mercado de trabalho daqui há alguns anos.
Meu Deus, Minha Nossa Senhora da Santa Gramática, Minha Nossa Senhora da Boa Educação... Enfim, todos os santos do RH, rogai por essa geração!
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