“Existe um ditado que diz que os funcionários não deixam as empresas,
mas deixam os gestores”. É o que diz Louis Efron, vice-presidente de
Recursos Humanos da JDA Software, em artigo publicado na Forbes,
da qual é colaborador. Para ele, estatísticas mostram que o período de
permanência de profissionais no mercado americano é de apenas um ano e
meio, e isso pode ser reflexo da falta de habilidade dos gestores para
engajar e reter talentos.
O especialista acredita que seis razões podem explicar por que bons
funcionários resolver pedir demissão e que há formas de mantê-los por
perto (sendo que nenhuma envolve uma pilha de dinheiro). Confira:
1 – Falta de visão: a maioria dos funcionários não
sai da cama todas as manhãs pensando em atingir uma meta de lucro. Nas
empresas, geralmente apenas um pequeno grupo realmente se preocupa com
isso ou até mesmo entende o que os números significam. Por isso, o
gerente não pode confundir os objetivos financeiros com a visão. A visão
alimenta as finanças e não o contrário. Por exemplo, Walt Disney foi
mestre na arte de ter uma visão do futuro. Ele sonhou com a Disneylândia
quando suas filhas estavam brincando em um carrossel em Los Angeles.
Sentado em um parque com outros pais, ele imaginou um lugar onde
crianças e adultos pudessem aproveitar juntos. Hoje em dia, sua visão
vale 128 bilhões de dólares e a empresa é um dos maiores conglomerados
de mídia do mundo. Gerentes de sucesso vendem sua visão do futuro aos
seus funcionários.
2- Falta de conexão com o propósito: pesquisas
comprovam que há uma relação direta entre o conhecimento da missão da
empresa com a retenção de funcionários, métricas de clientes,
produtividade e rentabilidade. O melhor ambiente de trabalho é aquele
que dá aos profissionais uma sensação de propósito e ajuda que eles se
sintam parte do todo. Os bons gerentes e as boas empresas entendem que
as estratégias do negócio podem mudar, mas a sua missão não.
3- Falta de empatia: ninguém entra no mercado de
trabalho hoje esperando ganhar um prêmio por permanência na empresa.
Assim como os gerentes deixam os bons profissionais passarem, os
funcionários também estão propensos a deixar as empresas por outras
oportunidades. Há pouca fidelidade dos dois lados. Mas existe uma
solução pequena para esse problema: reservar um tempo para ouvir a
equipe. Deixando as portas abertas para preocupações e sugestões dos
funcionários, o líder pode fazê-los sentir que têm uma participação no
negócio e que eles são importantes para serem ouvidos.
4- Falta de motivação: os verdadeiros motivadores
são os desejos internos de fazer um bom trabalho ou criar um produto de
sucesso. No entanto, no mercado de trabalho atual, o sistema de
recompensas é usado como motivação e é com o qual os gestores contam. É
preciso parar de acreditar que a compensação financeira é incentivo
suficiente para envolver e reter os melhores talentos ou equipes de alta
performance.
5- Falta de futuro: a criação de um plano de
carreira, que seja bem comunicado e compreendido pelos funcionários, não
é algo que a maioria das empresas domina. Mesmo no melhor cenário, em
que os gestores fazem revisões periódicas de desempenho, os funcionários
muitas vezes não entendem como podem crescer. Assim como nem todo
profissional vai virar o diretor da empresa, uma pessoa que se destaca
em design de produto, por exemplo, não necessariamente conseguirá ter o
mesmo sucesso em vendas. Ou seja, é preciso deixar claro para qualquer
funcionário como e onde ele conseguirá seguir com sua carreira.
6- Falta de diversão: para muitos funcionários,
gratificação instantânea é a nova regra. A velocidade de informação do
mercado faz com que tudo seja mais rápido e de acordo com a vontade de
cada um. O resultado disso é que ficar oito horas direto na mesma mesa é
cada vez menos atrativo para os profissionais. Não é que os novos
talentos não tenham vontade de trabalhar, mas a definição tradicional
das funções não parece mais fazer sentido para eles. Para as empresas,
isso significa que atrair, envolver e reter os melhores talentos depende
de reinventar o ambiente de trabalho, reduzindo a distância com o
lazer. É preciso adotar uma cultura de maior autonomia e inovação,
envolvendo os funcionários em torno de uma missão poderosa e de um
sólido propósito.
Fonte: Pense Empregos
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